segunda-feira, 5 de maio de 2008

TERMELÉTRICA – o atraso

Bruno Poppe

As usinas termelétricas, juntamente com as usinas nucleares de Angra I e II, no Rio de Janeiro, respondem por 17% da geração de energia nacional, 80% das quais utilizam o gás natural, fóssil e não renovável, além do carvão, óleo diesel e gasolina.

Combustíveis menos poluentes, mais baratos e renováveis como a biomassa, bagaço de cana-de-açúcar e resíduos urbanos, estão sendo testados através de uma parceria entre o PNUD (Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento), Ministério da Ciência e Tecnologia e GEF (Fundo para o Meio Ambiente). Estes combustíveis já são utilizados para geração de energia das próprias usinas. Estudos estimam que a troca de combustíveis tradicionais por biomassa proporcionaria um redução de 44 milhões de toneladas nas emissões de CO2 na atmosfera. Este número equivale a 18% das 237 milhões de toneladas que o setor de transporte e geração de energia lançam anualmente. Segundo as diretrizes de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) do Protocolo de Kioto, emissões comprovadamente reduzidas geram crédito carbono, que poderiam ser vendidos a outros países, gerando um aporte de capital em torno de US$100 milhões para as termelétricas brasileiras.

As usinas termelétricas são, de longe, as que mais poluem, responsáveis por 2/3 das emissões dos gases de efeito estufa. Por mais que se realizem estudos para aumentar a eficiência da relação entre o custo e o benefício do processo, o ideal seria a diminuição gradativa destas usinas. Além da contaminação do ar, são responsáveis também por chuvas ácidas nas regiões próximas. Outro grande problema é a quantidade de água utilizada para geração do vapor, obrigatório pra o acionamento das turbinas.

Muitas empresas possuem usinas próprias, como a Bayer, Latasa, Globo, Souza Cruz, Brahma, entre outras. Seria lindo se pudéssemos ver ventiladores eólicos ou placas solares nos parques privados, ao invés de gigantescas chaminés cuspindo negra fumaça. E porque isso não acontece? Nos próximos posts, sobre as energias do futuro.


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