terça-feira, 11 de março de 2008

Praias imundas, e a culpa é nossa.

Bruno Poppe



“Olha o biscoito, salgado e doce…”, “olhaí limão e mate…”, “sanduiche natural”, são muitas as opções quando bate aquela fome depois de horas sob o sol das belas praias cariocas, e ninguém pensa duas vezes antes de chamar o “moço” e fazer o seu pedido.


Saciados, o que fazer com os restos do que sobra? Muitos sugerem como solução trazer sacos plásticos de casa, e ao sair da praia depositá-lo na caçamba coletora mais próxima. Mas ao que parace isso não vem ocorrendo. Não há, em qualquer local da orla, um trecho imune a ação virótica do homem. A pergunta que sempre me vêm à cabeça é “por que?”, já que essa é uma solução das mais simples, e ainda que o egoísmo humano prevaleça, o benefício ainda assim seria nosso.


Em primeiro lugar pode não parecer tão prático levar o tal saquinho, fácil de esquecer. Mesmo assim o lixo pode ter o destino correto, nada impede que o depositemos, com nossas próprias mãos, no local adequado ao sair da praia. Eventualmente, poderíamos até recolher aquele que o vizinho mal-educado “esqueceu”.


Pode minimizar o problema, a certeza de que após um domingo ensolarado, aparecerão os soldados da COMLURB para varrer as areias, e assim os frequentadores da praia transferem uma responsabilidade que deveria ser dele. Essa é uma filosofia antiga, que requer um novo tipo de pensamento mais condizente às atuais exigências do planeta e do ser humano, a quem cabe, em uma primeira instância, atingir uma grau mínimo de civilidade.


As consequências vêm a galope. Praias infrequentáveis como nas últimas semanas, onde poderíamos encontrar detritos humanos de todo tipo, tanto água como na areia, que por sua vez atraem pombos e moscas, que por sua vez atraem doenças, criando um ecossistema esdrúxulo e insustentável, quase uma auto-indulgência coletiva.


Segundo a COMLURB, a cada fim de semana de sol, são recolhidas 200 toneladas de lixo da orla carioca, gerando uma custo que equivale a 2,4% da receita total da empresa. Dinheiro que poderia ser melhor aplicado ao nosso conforto. Em troca, poderíamos dar uma merguho saudável, sem sair com um saco plástico na cabeça ou uma micose no pé.

Um comentário:

Thiago Sampaio disse...

Falta educação e boa vontade a população, faço gestão ambiental, e vejo a falta de preocupação das empresas, dos governantes,e da população, só nos concientizaremos quando sentirmos na pele a consequencia de tantos atos inconsequentes...Mas é bom ver posts como este, a iniciativa so depende de nós mesmos.